No final do ano passado tomei a decisão de ajudar na curadoria e participar da pop-up city Vitalia, que aconteceria entre janeiro e fevereiro deste ano na cidade privada de Próspera, na ilha de Roatán em Honduras.
Repriorizei alguns projetos, e embarquei para a ilha, pois sabia que seria algo histórico que atrairia centenas de pessoas interessantes e entusiastas de novos modelos de governança.
Pouco antes de embarcar, eu tive a ideia de produzir um documentário sobre a ascenção das startup societies enquanto estivesse lá. Sabia que seria uma oportunidade única de estar próximo dos principais líderes da indústria, assim como de cripto, e decidi abraçar esse projeto.
Em pouco menos de 3 semanas, iniciei um crowdfunding (que arrecadaria +R$100.000), encontrei um filmmaker experiente de Honduras que abraçou a ideia e organizamos dezenas de entrevistas com residentes de Vitalia assim como os principais speakers das conferências, incluindo Balaji S., Bryan Johnson, Patri Friedman e Dr. Aubrey de Grey.
Não vou mentir, foram algumas semanas de intenso trabalho, corrida contra o tempo, insanidade logística, planejamento, dezenas de entrevistas, mas com um saldo extremamente positivo. Após algumas semanas, tínhamos nas mãos um material rico e profundo com algumas das pessoas mais inteligentes do mundo para produzir nosso documentário (que está em progresso agora mesmo).
No entanto, o mais inesperado estava por vir.
Durante as entrevistas com Balaji, ele compartilhou que estava escrevendo a versão 2 do livro The Network State, e me perguntou se eu gostaria de viajar para Singapura como consultor para ajudá-lo nas atividades relacionadas.
Obviamente aceitei. Quem me conhece sabe que considero Balaji um dos principais pensadores e empreendedores não só da nossa geração mas do século 21.
Fiz uma proposta, e assim que ele aceitou, iniciei a perigrinação de voltar ao Brasil (para deixar uma cópia dos quase 10TB em gravações do documentário ao time de produção) e seguir para Singapura para iniciar umas das jornadas mais intensas de trabalho que já tive.
Trabalhar com Balaji é uma combinação de caos criativo, foco tecnológico e múltiplas conversas sobre o estado geopolítico do mundo e o futuro descentralizado que estamos construindo. Seu escritório é um espaço grande com vários ambientes, incluindo a principal sala que conta com mesas, diversos quadros brancos, impressões de tweets importantes colados nas paredes, muitos livros, e equipamentos de musculação. Sim, um bench press com barbell e dumbell no meio da sala principal. :)
A maior parte do meu tempo foi o ajudando a construir ferramentas que facilitassem seu trabalho de escrita. É, programação, atividade que não fazia há +5 anos. Aliás, obrigado chatgpt!
Criei desde um gerador de gráficos animados a partir de datasets, até automação de deploy do livro, transformando o arquivo emacs para o webapp.
Além disso o ajudei com algumas pesquisas, testes de ferramentas IA (o livro terá narração embedado no site com voz do próprio Balaji gerado por IA), e produção de alguns materiais gráficos, também com IA. Seu desejo para a v2 do livro é ser altamente ilustrado, interativo e acessível em múltiplos tipos de mídia, inclusive um filme.
Um dos fatos curiosos ao trabalhar com Balaji é que ele VIVE no futuro. É quase como se ele impusesse seu campo de distorção da realidade futurista na sua rotina. É um heavy user de IA, plataformas onchain, criptografia e os mais diversos apps.
Em um mundo de influencers e palestrantes que falam sobre inovação o tempo todo, é inspirador ver alguém que está disposto a vivenciar de fato o mundo de tecnologias emergentes, mesmo que signifique investir energia em plataformas beta, com bugs e muitas vezes que ainda não entregam o que ele almeja.
Tiveram dezenas de outros fatos curiosos que não vou compartilhar por questões de privacidade, mas posso garantir que foram 2 meses inesquecíveis. Voltei para o Brasil ainda mais convicto de um futuro com cidades criadas por startups e organizações em rede, descentralizadas e com gestão digital e aberta.
Estamos entrando na fase da Internet onde a disrupção digital impactará profundamente instituições seculares. Bitcoin foi apenas um vislumbre do que está por vir. Estamos prestes a criar um modelo completamente novo de governança social, com instituições nativas digitais e novas formas de colaboração em escala.
que experiência!!