

Discover more from Peerbase
Eu amo o universo de empresas de tecnologia, essa energia transgressora de se desafiar o status quo. David versus Golias.
Startup foi o mecanismo pelo qual as maiores e mais impactantes empresas do mundo foram criadas, deixando mega corporações indefesas diante de inovações disruptivas.
No entanto, algumas vezes sua capacidade de adaptação e crescimento não agregam na solução macro de um problema. Às vezes até pioram.
Explico.
Hoje, por ex, vivemos em um pesadelo burocrático e fiscal. É necessário literalmente uma equipe especializada apenas para calcular corretamente quais impostos pagar e quais regulações cumprir. Qualquer erro pode lhe custar milhões em multas.
Ironicamente, este é um ambiente favorável para startups emergirem e prosperarem. É uma dor gigante de qualquer empresa. Então surgem software as a service com UX incrível para abstrair essa complexidade e facilitar a vida do empreendedor. O que, no curto prazo, é ótimo. No entanto, não resolve o problema fundamental, e até colabora em perpetuá-lo.
Se agora as empresas conseguem abstrair toda a maluquisse fiscal e pagar seus impostos (ou whatever burocracia) com uma interface moderna e fácil, poucas pessoas irão realmente tentar atacar o problema raiz.
O bandaid está bom o suficiente, vamos deixar a cirurgia para depois.
E assim, décadas após décadas, vamos nos adaptando aos absurdos da política brasileira, tentando coletivamente crescer com uma âncora amarrada às pernas. Esse peso quase que invisível é um dos grandes responsáveis pela baixa produtividade brasileira.
Por isso, em algum momento, as startups precisarão sair da superfície e atacar as causas raízes. Precisarão olhar para o sistema, reimaginá-lo para o séc 21 e fazer o que faz de melhor: inovar.
E este fenômeno já está acontecendo.
Com o surgimento da Internet e das Blockchains, essa indústria governamental se tornou um mercado a ser explorado pelas startups.
Bitcoin reconstruiu o sistema monetário. Ethereum, um novo sistema de registro de propriedade privada e contratos. Social media reconstruiu o sistema de mídia. Plataformas de educação digital estão reconstruindo o MEC. DAOs, novos modelos de governança. ENS e Worldcoin estão reinventando a Identidade na era digital, tornando o velho ID estatal obsoleto.
Este mercado emergente faz parte das Startup Societies. Organizações ágeis visando reconstruir a stack governamental e social estabelecida hoje. São startups reimaginando as instituições a partir de first principles para o século 21. Desde serviços, como governança e sistema legal, até a construção de cidades do zero.
Se essa realidade soa absurda ou ingênua ou distante, te convido a participar da primeira Startup Societies Conference do Brasil no dia 01 de dezembro em São Paulo.
Vamos inaugurar um novo capítulo na política e no ecossistema de inovação brasileiro. Vamos mostrar o tamanho da oportunidade, inclusive de negócios, para empreender nesse universo.
Te esperamos lá.