Nossa Elite Intelectual Política Não É Séria
E por que ainda politicamente vivemos no século 19?
Não deveria ser sequer minimamente aceitável a coexistência dessas realidades.
▶️ Cartórios e Ethereum
▶️ Detran e Uber
▶️ 50% da população sem esgoto e SpaceX
▶️ MEC e ChatGPT
▶️ Correios e Amazon.
▶️ Caixa Econômica e Bitcoin.
Como isso é possível?
São diferenças tecnológicas tão absurdamente grandes que deveriam estar separadas por séculos, e não compartilhando o mesmo espaço-tempo.
Seria o mesmo que o sistema de uma tribo ainda funcionar baseado em carregar pedregulhos nas costas, enquanto a tribo ao lado usa ferramentas com rodas. Ou acender fogueiras com varetas enquanto a comunidade ao lado já utiliza pólvora.
Totalmente irracional.
Então, se temos tecnologias superiores, mais baratas, mais eficazes, mas ainda convivemos com tecnologias medievais, duas perguntas surgem.
1. Por que nossos serviços estatais pararam no tempo e não acompanharam a revolução digital das últimas 3 décadas?
2. Por que aparentemente aceitamos essa situação de forma passiva, sequer discutindo reais inovações tecnológicas na política?
Existem diversos motivos, mas é principal é o seguinte.
Nossa elite intelectual política brasileira é iletrada tecnologicamente, composta por incumbentes engajados em entretenimento e não real transformação. E não estou falando apenas de políticos. São jornalistas, influencers, professores universitários, cientistas políticos e economistas.
São pessoas cuja formação e carreira são baseados exclusivamente em ideias, premissas e sistemas do século 20. São indivíduos cuja fonte de renda é diretamente dependente da existência das instituições falidas sobre as quais o nosso país ainda opera.
E este é um dos grandes elefantes brancos na sala, sobre o qual ninguém quer discutir.
O fato é que enquanto não colidirmos essas duas realidades - inovações digitais e sistemas legados obsoletos - e evidenciarmos o quão absurdo é aceitarmos passivamente nosso sistema atual, nada mudará.
O tempo para reformas incrementais expirou.
No século 21, na era digital, das super inteligências, das blockchains e redes sociais, precisamos repensar e recriar nossas instituições do zero em um modelo nativo digital.
Pode soar ingênuo ou impraticável. Mas é exatamente isso que diversos países e cidades já estão fazendo. Índia, Estônia, Taiwan, Dubai, Hong Kong, El Salvador, são diversas sociedades parcialmente ou totalmente dedicadas a transformar sua sociedade com tecnologia de ponta.
Para isso precisamos de pessoas sérias, com uma boa base filosófica em política e liberdade. Mas também com um background sólido em tecnologia para olharmos nossos problemas e abordá-los através de uma perspectiva tecnológica.