Qualquer ser humano, em qualquer situação social, com qualquer idade, em qualquer país, tem a capacidade de adaptar-se ao digital.
Não falta disposição e habilidade para aprender. O que está escasso são ambientes e políticas favoráveis à inovação e à educação tecnológica.
Mas nem sempre foi assim.
Lembra-se do início da popularização do computador pessoal?
O PC era uma tecnologia complexa, totalmente nova, e saber operá-la tornou-se requisito obrigatório nos processos seletivos das empresas.
Digitação, Windows, Word, Excel, PowerPoint.
Foi a explosão dos cursos de Informática. Quem nunca?
Para quem tem menos de 30, sim, houve uma época onde as pessoas faziam cursos para aprender a usar o Word e, até, digitação.
Mas o fato é que da noite para o dia, toda a força de trabalho precisou atualizar-se e incorporar uma nova bagagem de conhecimento.
A substituição dos papéis e pastas pelo computador com documentos digitais aconteceu numa velocidade incrível.
E adivinhe só, todos aprenderam. Sem exceção.
Nós, seres humanos, relutamos em mudar. Não gostamos de mexer em habilidades ou ideias já consolidadas em nossa mente. No entanto, quando surge a necessidade, nós definitivamente temos a capacidade de nos adaptar e aprender o que for necessário.
Olhe para o lado. A sociedade já opera a partir da premissa que as pessoas sejam necessariamente proficientes em algumas tecnologias super complexas para serem incluídas social e economicamente.
Por exemplo, a comunicação escrita.
Se uma pessoa não sabe ler e escrever, ela está completamente excluída da sociedade.
Absolutamente tudo depende de alfabetização.
E você não ouve debates sobre a sociedade adaptar-se para incluir pessoas analfabetas. Ou ainda argumentando que algumas pessoas não tem capacidade para desenvolver tais habilidades.
Por mais difícil que seja alfabetizar-se, por mais tempo que leve - dois, três ou mais anos - todo mundo consegue aprender.
Então, nossos esforços são sempre na direção de criar estruturas que permitam que todo e qualquer indivíduo consiga alfabetizar-se.
A tecnologia da comunicação escrita traz tantos benefícios para a sociedade, que optamos por adotá-la plenamente, e então corrermos atrás da capacitação das pessoas.
Quando falamos em tecnologias digitais, o cenário é exatamente o mesmo.
A maior parte da economia global já opera na Internet. Em breve 100% da sua vida dependerá da Internet, ao ponto de, se você não tiver o básico de habilidade com digital, estará automaticamente excluído da economia e da política.
Por isso, não há mais espaço para debates rasos sobre, por exemplo, a inviabilidade da educação online pela falta de infraestrutura dos alunos, ou sobre a impossibilidade de atualização de profissões que serão impactadas pela automação.
Não! Esta é uma péssima abordagem. Temos de acelerar a transição ao digital, e então focar toda nossa energia viabilizando o que for necessário para incluir todos.
Como facilitamos o acesso a Internet e computador a todos?
Como criarmos processos educacionais em escala para capacitar profissionais que terão suas atividades atuais automatizadas por robôs?
Este é o caminho!
O Brasil precisa sair urgente do século 19 e assumir uma postura agressiva de progresso, abraçando as tecnologias digitais e descartando qualquer narrativa que nos deixe presos em ideias obsoletas e limitantes.
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