

Discover more from Peerbase
Muitas vezes falo sobre instituições nativas digitais, mas para muitos este ainda é um assunto muito abstrato.
O que exatamente isso significa?
Vamos analisar como uma empresa é constituída.
Hoje uma corporação é formada através de um instrumento legal. Um contrato redigido e assinado a mão, que posteriomente é digitalizado. Essa tecnologia baseada em papel não é nativa digital, ou seja, sua estrutura não é compatível com máquinas. Softwares não conseguem interagir com o contrato, nem interpretar cláusulas ou automatizar ações.
Uma versão nativa digital da incorporação empresarial seria a combinação de diversas tecnologias, como smartcontracts em Blockchains, criptotokens (que representam parte da empresa), identidade onchain, e assinatura criptográfica.
Ou seja, ao invés de você precisar de um contador, de um contrato redigido, uma conta bancária, um documento oficial, endereço, e mais uma série de recursos físicos, para criar uma empresa, você simplesmente clicaria em um botão e teria instantaneamente a infraestrutura disponível para iniciar a operação.
Essa stack permite não apenas um ganho monumental de produtividade, comumente visto na evolução de soluções analógicas para digitais, mas também a viabilização de inovações antes impossíveis. Por exemplo, quando digitizamos as cartas através da Internet e do Email, não ganhamos apenas entregas mais rápidas e baratas. Conquistamos também automações, antispam, anexos multimídia, plugins e literalmente centenas de soluções construídas sobre essa plataforma.
Com empresas incorporadas digitalmente, também presenciaremos esse tipo de inovação. Automação de impostos, de pagamentos de salários e contas, de compartilhamento de receita, gestão de cap table, execução de cláusulas, transferência de propriedades e diversas outras. Aliás, essas tecnologias já existem e já estão sendo usadas em organizações e comunidades online, como as DAOs.
Essa estrutura viabiliza a criação de empresas completas em segundos, com apenas alguns cliques de botões. A organização digital instantaneamente nasce com uma conta bancária onchain, os sócios recebem suas participações em tokens, os contratos padrões são customizados e assinados digitalmente, e a operação já pode iniciar.
Mas a digitização da sociedade não para por aí. Apesar da revolução digital dos últimos 30 anos, boa parte das instituições políticas ainda operam sobre premissas analógicas.
E quais seriam as versões nativas digitais dessas instituições e sistemas? Essa é a pergunta mais importante dos próximos anos.
Bitcoin foi um grande salto criando a versão nativa digital do dinheiro. Mas ainda há dezenas de outras instituições pendentes ou em estágio inicial, como educação, mídia, finanças, legislação e a própria governança.
Blockchains, que compõem a infraestrutura da Web3, são uma das mais importantes tecnologias nessa tendência. Mas também IA, robótica, e outras tecnologias P2P criptográficas.
Quanto mais exercitarmos nossa capacidade de imaginar potenciais futuros para a nossa sociedade, onde a tecnologia digital está no core das instituições, transformando escassez em abundância, mas conseguiremos transformar esses cenários em realidade.
Este é o trecho de uma recente entrevista com Balaji explorando perfeitamente essa ideia.
👉 Faça parte da comunidade Peerbase entrando no nosso grupo Telegram.