Como reestabelecer a visão otimista sobre o futuro da humanidade
Um antídoto contra o vírus da mídia mainstream
“Nós sonhamos. É da nossa natureza. Está no nosso sangue. Nas células. Este instinto de construir. Esse impulso para ir além do que conhecemos. Está no nosso DNA. Nós cruzamos os oceanos. Conquistamos os céus. E, quando não havia mais fronteiras na Terra, nós fomos atrás das estrelas. Nós escolhemos ir à Lua e fazer outras coisas nesta década. Não porque é fácil, mas porque é desafiador. O espaço atraiu uma nova geração de inovadores e exploradores que buscavam levar a humanidade além. Podemos ir mais longe no Sistema Solar, não só para visitar, mas para ficar.“
Este é o texto inspirador extraído do início do primeiro episódio de Marte, série de 2018 produzida pela NatGeo, agora na Netflix.
Uma série celebrando o drive criativo humano com uma mensagem otimista sobre inovação, exploração e desenvolvimento tecnológico.
Um conteúdo raro em meio a distopias, narrativas catastróficas e mensagens pessimistas sobre tecnologia.
E como dizia Balaji Srinivasan,
"se códigos programam computadores, mídia programa seres humanos".
No entanto, a ampla produção da nossa Mídia Mainstream nos programa mentalmente para termos uma visão catastrófica e pessimista da realidade.
Para cada nova tecnologia que surge, ignora-se totalmente os benefícios trazidos por ela, e foca-se nas narrativas destacando algum efeito colateral.
Quer um exemplo? Pesquise “homeoffice” nas news do Google e tente encontrar ao menos um artigo enaltecendo a mágica possibilidade de se poder trabalhar remotamente. Não será uma tarefa fácil.
Há pouco mais de 15 anos a economia digital sequer existia, e trabalhar de casa ou de forma remota era um sonho quase utópico. Hoje, uma considerável parcela da população tem acesso a este formato, e mesmo assim, as notícias relacionadas são quase todas negativas.
“Malefícios do homeoffice”, “Nova forma de escravidão”, “Esgotamento digital” e por aí vai.
Embora evidentemente seja importante discutir sobre essas questões, pois são mudanças drásticas na forma de se trabalhar, focar apenas nisso faz a sociedade desconectar-se das oportunidades subjacentes proporcionadas pela tecnologia, além de perder totalmente a perspectiva se comparado às realidades passadas.
Pessoas que antes dependiam de empregos físicos, longas horas de deslocamento em transporte público sucateado, hoje podem se conectar com clientes ou empregadores do mundo todo, quebrando totalmente a barreira do trabalho presencial.
Porém, o excessivo frame negativo sobre esta inovação programa nosso cérebro para enxergar um problema para cada solução, gerando ansiedade e pessimismo.
A escassez de produções midiáticas com abordagens otimistas sobre a tecnologia é uma das principais razões pela falta de percepção de valor da inovação na nossa sociedade. Inclusive gerando um efeito contrário, demonizando tais tecnologias.
Nossa Mídia Mainstream, atrás de audiência e, consequentemente, lucro, foca excessivamente no lado negativo de cada inovação que surge, contaminando a sociedade com um vírus extremamente debilitante.
Afinal, naturalmente nosso sistema límbico e nossa atenção são mais facilmente capturados por notícias catastróficas do que por notícias positivas e otimistas.
Criarmos produções destacando o poder da tecnologia, e o quanto ela impacta na vida das pessoas, principalmente as mais socialmente vulneráveis, é fundamental para um futuro mais próspero.
Sem enxergarmos que smartphone e Internet são armas poderosas contra pobreza, injustiça e violação dos direitos humanos, não investiremos nessas inovações e em futuros tecnólogos e empreendedores no futuro.
Sem a consciência de que desenvolvimento científico e tecnológico é a única solução definitiva para problemas ambientais, continuaremos superestimando o poder político na resolução destes problemas complexos.
Sem percebermos que manipulação genética de plantas foi o responsável por alimentarmos os seres humanos na explosão demográfica do último século, não temos qualquer chance de valorizarmos nossos tecnólogos, pesquisadores e empreendedores.
Documentários otimistas, filmes futuristas com frame positivo, textos baseados em dados estatísticos destacando o progresso humano, e todo tipo de mídia que equilibre nossa percepção sobre a realidade moderna são essenciais neste século.
Alías, este é meu papel aqui na Pedoispe.
Quebrar a narrativa catastrófica e político-cêntrica da mídia mainstream e compartilhar ideias e dados inspiradores sobre nossa evolução como raça humana.