Afinal, por que o Sistema Educacional não muda?
E qual o caminho para uma educação realmente eficaz?
Na era digital, a única razão para que o sistema educacional permaneça no modelo precário atual é simplesmente hábito e inércia cultural e política.
São crenças enraizadas na sociedade que impedem sua evolução. E. olhando para o lado, há várias delas.
A pandemia foi responsável por quebrar alguns destes mitos e transformá-los da noite para o dia. Por exemplo, o trabalho remoto.
Havia um consenso quase unânime de que trabalho remoto reduziria a produtividade dos profissionais. No entanto, frente ao inevitável, todas as empresas baseadas na Internet viraram a chave para o remoto, em tempo recorde, e perceberam que não só é possível, quanto estratégico manter um time em home office.
Na educação enfrentamos o mesmo problema, um sistema arcaico que sobrevive por inércia, apatia e hábito político-cultural. Porém, o gatilho de mudança precisará ser muito mais forte e estrutural.
A sociedade transformou-se nos últimos 30 anos. Profundamente. Informação abundante e em tempo real, comunidades globais, plataformas de ensino personalizado, wikis colaborativas, softwares de prototipagens, jogos educativos, financiamento coletivo e mais um universo com infinitas possibilidades.
E apesar disso, todo o sistema educacional permanece inacreditavelmente inalterado: analógico, cartesiano, estático, e com uma grade desatualizada e quase que totalmente irrelevante para a realidade atual.
Precisamos de lideranças corajosas para abrir o mercado da educação básica e média, desbloqueando o tsunami de inovação educacional (online e offline) represados pelo monopólio regulatório estatal.
Só assim, enfim, começaremos a explorar verdadeiramente a Era Digital na educação e sairemos da infantil e ridícula discussão sobre “devemos adicionar (preencha com sua disciplina preferida aqui) na grade curricular?”.
Na Era Digital cada região, perfil de pessoa, realidade terá um modelo educacional que fará mais sentido para si. Provavelmente envolvendo diversas instituições interseccionando entre si, como escolas de artes ou esportes para desenvolver a sociabilidade; plataformas online com mentoria para formação científica de base; oficinas de empreendedorismo, finanças e/ou programação; e tudo isso tangenciado sempre com tecnologia digital.
Repita comigo. Não. Existe. Modelo. Educacional. Padronizado. Para. Todos.
E antes que você caia na preguiçosa armadilha de “o Brasil é um país pobre e a maioria das pessoas não tem computador e acesso à Internet”, lembre-se de que a inovação vai muito além do que podemos sequer vislumbrar.
Dentre vários cases pelo mundo, o KitKit School, tablet gratuito para alfabetizar e ensinar matemática básica para crianças de regiões remotas e de extrema pobreza, é apenas um exemplo de como a inovação pode ser ao mesmo tempo inclusiva, transformadora, de altíssima qualidade e surpreendente.
Chegou o momento de esquecer esse hábito cultural arcaico de educação padronizada e entrarmos de vez na Era Digital.