A ultra digitalização do mundo e o fim da pobreza
Você não sabe o nome de todos os seus vizinhos. Mas sabe o nome e o @ dos seus amigos online, que muitas vezes moram a centenas de km de distância.
Você prefere esquecer a carteira em casa, ao celular.
Muitas pessoas já valorizam mais seus bens digitais, como lista de contatos, seguidores em redes sociais, site; do que o imóvel onde vivem ou o carro que dirigem. Muitos, com certeza, dariam seu carro em troca do check ☑ de "verificado" nas redes sociais.
É muito mais fácil mudar-se de casa, via Airbnb, por exemplo, que mudar de plataforma e construir sua rede social do zero. Ou seja, sua propriedade digital em breve valerá muito mais que sua propriedade física.
Os melhores profissionais rasgariam seus diplomas sem pestanejar, mas não abririam mão dos seus portfólios e conteúdos digitais.
Os melhores investidores estão ampliando sua exposição em crypto, ativos nativamente digitais, e reduzindo em ouro, petróleo e outras commodities físicas.
Você conversa com mais pessoas online que presencial. Você conheceu ou conhecerá seu futuro parceiro ou parceira em plataformas digitais. Ou seja, interagimos e nos apaixonamos não só por pessoas, mas também por avatares.
O mundo está em um processo acelerado de digitalização.
A infraestrutura social e econômica do mundo está migrando a passos largos para a Internet.
O DNA da sociedade em breve será formado por zeros e uns. Por bytes.
No entanto, naturalmente, uma larga parcela da população não enxerga este fenômeno com bons olhos. Acreditam que uma conversa só tem valor se feita com olhos nos olhos, que educação só é efetiva se feita coletivamente e de forma presencial, que o processo de compra deve ser acompanhado de toque e cheiro, que papel e caneta tem função primordial na criatividade, e assim por diante.
Eu entendo e até compartilho parcialmente de algumas dessas premissas. Mas o fato é que nossa migração para o digital está acontecendo a passos largos. E se por um lado perderemos alguns benefícios do mundo físico, por outro abriremos um oceano de oportunidades.
O papel da economia digital na erradicação da pobreza
Quando Riqueza pode ser criada através de bytes, ao invés de fábricas e infraestruturas físicas caras, nós diminuímos drasticamente a barreira de entrada para ascensão econômica.
Para alguém na periferia criar um negócio na década de 90, precisaria, antes de tudo, de educação, provida apenas pela limitada escola física da região, e posteriormente de um espaço físico e de insumos (ingredientes, roupas, materiais, etc.) de acordo com seu negócio.
Uma barreira natural que inviabilizava o empreendedorismo para a maior parte das pessoas em regiões pouco desenvolvidas ou sem acesso a recursos.
Com a economia digital, a barreira para se prosperar financeiramente reduz radicalmente.
E, na última década, já testemunhamos claramente os resultados (inclusive na pandemia).
Famílias produzindo marmitas, doces, pães, etc., e vendendo nos canais online e gratuitos da internet, como grupos de whatsapp, facebook, e outras redes sociais.
Músicos, pintores e diversos artistas divulgando e vendendo globalmente suas artes diretamente para seu público através de redes sociais, principalmente Instagram e Youtube. Por exemplo, o maior canal do youtube é o Kondzilla, colocando no radar musical global centenas de bandas de Funk carioca, através de bilhões de views e movimentando milhões de reais.
Jovens complementando sua formação através de cursos livres online, como idiomas e programação e conseguindo empregos remotos, longe da sua residência, sem necessitar de longas viagens com transporte público.
Empreendedores da periferia configurando suas lojas online, alcançando um público infinitamente maior que uma loja física, através de uma infraestrutura drasticamente mais barata e acessível.
Até mesmo o antigo atrito da filantropia é reduzido, pois com um simples PIX você doa em segundos o valor de uma refeição para uma família. Em cenários mais graves, onde se necessita mais dinheiro, as redes sociais recorrentemente angariam fundos através de campanhas coletivas. O fluxo do dinheiro no mundo digital torna-se muito mais fácil e barato se comparado com o processo antigo, onde voluntários caminhavam de porta em porta pedindo por alimentos e roupas.
A sociedade digital é a ponte definitiva pela qual retiraremos as pessoas da pobreza e levaremos para condições mais favoráveis, seja para acesso à educação, trabalho, cultura, justiça e empreendedorismo.
O caminho mais eficaz, curto e barato de ampliar as oportunidades é através do mundo digital.
E num mundo sendo engolido por zeros e uns, enfim veremos a prosperidade sendo distribuída para quem mais precisa.
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