4 inovações sociais para financiar serviços públicos sem impostos
E tornar a cidade financeiramente auto suficiente
Uma cidade pode abolir impostos e ser financeiramente auto sustentável?
Numa cidade com cultura digital, possivelmente.
Alguns exemplos:
1. Plataforma de veiculação de anúncios descentralizada
Imagine uma rede de displays físicos (eletrônicos) distribuídos pela cidade onde qualquer empresa pode publicar anúncios. O preço poderia ser definido por oferta e demanda, no estilo Google Ads. Todas as transações estariam transparentes na Blockchain e a política de regra de uso seria definida coletivamente (para evitar conteúdos sensíveis e fake news). A receita seria usada exclusivamente para manutenção dos painéis e para financiamento da cidade.
2. APIs abertas
Como já sabemos, nossos dados valem ouro.
E uma cidade inteligente gera uma tonelada de dados. Desde os mais óbvios da população, como idade, gênero, profissão, score financeiro, histórico de compras, identificação biométrica, histórico de saúde, dna; até dados de sensores como qualidade do ar, tráfego, movimentação de pedestres, etc.
Claro, com Blockchain, cada cidadão seria dono e teria total controle sobre seus dados e quais optaria em compartilhar para monetização (numa escala de privacidade de sua escolha). A receita gerada pelo acesso aos dados seria compartilhada entre seus donos e a cidade, dependendo do tipo da informação.
3. Serviços públicos Freemium
Já se perguntou por que inúmeros serviços digitais, mesmo os que não usam seus dados para publicidade, são gratuitos?
Canva, Trello, e outras plataformas similares, têm um modelo freemium. Oferecem uma versão gratuita básica (porém poderosa) e cobram apenas por recursos mais sofisticados e avançados, geralmente para empresas maiores.
Os serviços públicos podem seguir o mesmo modelo. Por exemplo, um hospital pode ser gratuito mas oferecer serviços premiums como salas vip, opção de escolha de médicos, relatórios customizados, planos corporativos (com consultas locais, por ex.), etc. Isso naturalmente ajudaria no subsídio dos serviços básicos aos mais pobres.
4. Tokens de Governança
Todos os cidadãos da cidade teriam posse de tokens da cidade para participarem da governança descentralizada, ou seja, poderem participar de votações sobre projetos, serviços pontuais, sugestões, regulações, etc.
Este token também poderia dar privilégio de cidadão para pessoas de fora que queiram, por exemplo, abrir empresas digitais no local e também ter direitos na governança local.
Para não moradores, o token precisaria ser comprado e flutuaria de acordo com a oferta e demanda. A emissão seria definida pela governança local, da mesma forma como os projetos Crypto funcionam hoje. Toda a renda seria revertida para a manutenção da cidade.
Importante destacar que nenhuma destas inovações tem o potencial de resolver sozinha um problema tão complexo quanto financiamento público.
Mas, dentro de uma cultura voltada à inovação, diversas soluções inimagináveis surgirão e, combinadas, poderiam tornar uma cidade financeiramente independente.
Nós temos nas mãos as tecnologias necessárias. Precisamos apenas sair da mentalidade analógica do século 20 e aplicar inovação social pra era digital.